Foi chato...

Consumada a destituição de Bruno Carvalho, é agora fundamental apanhar os cacos - sem revanchismos estéreis - e sobretudo evitar que a linhagem que sempre esperou por este momento - (c)roquettes, fidalguias e afins - não reassuma o poder. 

Ontem, os sócios deram uma expressão inequívoca de insatisfação perante o despotismo de Carvalho - não, o seu problema não era já apenas o discurso provocador e beligerante ou o seu egocentrismo exacerbado - o qual estava a ser nocivo para o clube e a espatifar tudo aquilo que de bom a sua equipa tinha feito nos últimos cinco anos.

Mas também é bom que muitos não se esqueçam que os sócios não querem um regresso ao passado e que recusam toda e qualquer forma de liderança - como ontem também se viu - que pense que o clube é propriedade sua. Erro de Carvalho tal como antes já tinha sido um erro da linhagem (c)roquettista.

Venha a terceira via. E o que pode ser essa terceira via? Um projecto que honre os princípios fundadores do Sporting Clube de Portugal e que se alicerce em esforço, dedicação e devoção rumo à almejada glória.

Uma terceira via que apoie o ecletismo e as ditas modalidades amadoras, uma terceira via que oiça e valorize os sócios, uma terceira via que privilegie uma gestão económico-financeira racional e equilibrada, uma terceira via que saiba defender acerrimamente os superiores interesses do clube, mas que em paralelo saiba dialogar com as várias instituições. Jamais numa lógica de ‘orgulhosamente sós”.

Uma terceira via que priviligie uma equipa de futebol competitiva, misto de uma academia de excelência com reforços de qualidade, que saiba distinguir entre gestão económica/financeira/patrimonial e gestão desportiva. Idealmente, uma terceira via que liberte o presidente da área do futebol, com gestores desportivos de excelência na gestão da SAD.

E por último, uma terceira via que honre os pergaminhos da instituição, que aposte tudo na valorização da marca Sporting, tanto em Portugal como no mundo, sabendo sempre gerir com equilíbrio as várias tendências existentes no seio da massa associativa.

Nuno M Almeida