Gestão Desportiva

Parte 2

No post anterior referi-me quase exclusivamente à gestão desportiva dos talentos criados pelas escolas do nosso clube, por vezes com pouco proveito . E o que dizer da gestão desportiva no que à detecção e aquisição de reforços diz respeito?

Esta é sem dúvida uma actividade que requer um conhecimento profundo do mercado internacional (ao nível dos 5 continentes, o que não é nada fácil) e nacional. De um modo genérico parece-me que Carlos Freitas tem cumprido bem o seu papel, tendo em conta os inúmeros condicionalismos e o peso que o factor sorte tem na adaptação de um elemento estranho a um grupo de trabalho. No entanto assistimos de vez em quanto a decisões que são dificeis de compreender e até de aceitar. Senão vejamos:

• O esteio da defesa dos actuais campeões nacionais é Pepe, jogador que andou a treinar em Alvalade com 18 anos e acabou dispensado;
• João Paulo jogou emprestado pelo União de Leiria, sem ser exercido o direito de opção, aprestando-se para fazer uma boa dupla com Pepe;
• O pilar do esquema de Adriansen é Paulo Assunção que só não é do SCP porque andamos a dormir na forma e o presidente do Nacional é o energúmeno que se sabe;
• Adriano foi "escolhido pelo SCP" para entrar em Janeiro no fcp, dando-lhe golos que significaram pontos vitais para o titulo.
• Sobre Quaresma e Simão já falei anteriormente;
• A dispensa de Pinilla não é ainda pacifica entre os sportinguistas, pois, quem o viu jogar, sabe do que ele é capaz;
• As aquisições ao Braga, excepção feita a Abel, são até agora um desperdicio caro, sendo que Wender foi um erro indesculpável, pelo preço, qualidade e idade do jogador e João Alves demasiado caro;
• Se quisermos ir mais longe escreveria um sem número de exemplos mas bastará só lembrar que o actual defesa esquerdo do Manchester e da selecção argentina, Gabriel Heinze, foi despachado do clube por meia dúzia de dólares e á pressa.

Tudo isto para dizer que num clube com uma escola como a do SCP não é preciso um sem número de aquisições e dispensas todos os anos. São sim necessários reajustes com visão quase cirúrgica, deixando espaço de afirmação para os jovens que entretanto despontam. Estas intervenções, as aquisições e dispensas, são melindrosas, até pelos meios financeiros avultados que normalmente envolvem. Por isso não podem ser deixadas ao exclusivo arbitrio de um treinador ou director desportivo, pois eles passarão e o clube há-de continuar. A criação de uma classe dirigente forte e duradoura para constituir uma direcção de SAD forte é essencial para que haja uma boa gestão desportiva. Afinal o Sporting é sempre e sobretudo um grande projecto desportivo. Não acham?

Verdão