Quem diria…

Vamos ser honestos: depois de tudo aquilo que vivemos nas últimas épocas, nomeadamente desde a convulsão que se seguiu à surreal invasão da academia de Alcochete, em Maio de 2018, num insuportável clima divisionista de guerra civil, quem apostaria no início da época que estaríamos tão perto da felicidade?

Com um treinador jovem, com passagens por Casa Pia e Braga, com um plantel recheado de miúdos da formação, muitos deles ainda com idade de júnior e com os dois velhos rivais a gastaram rios de dinheiro  no reforço dos seus plantéis, não esquecendo um Braga em ascensão, treinado por um homem competente e experiente, quem diria que estaríamos onde estamos?

Não tenho qualquer problema em confessar que no início da temporada apenas ambicionava um lugarzinho entre os três primeiros - para chegar à Champions - considerando inclusivamente o Braga como o nosso principal adversário.

A verdade é que passadas 31 jornadas somos merecidos líderes, invictos e agora já ninguém ousa sequer contestar o mérito desta rapaziada, técnico incluído. Um belíssimo grupo de trabalho, unido, solidário e coeso. A força do colectivo.

É por isto que eu gosto de futebol, porque contra toda a lógica, contra rivais muito mais endinheirados - e igualmente endividados - e experientes, e sobretudo contra um Porto e um Benfica que ainda dominam os bastidores e os órgãos de decisão do futebol português, estamos mesmo prestes a ser campeões nacionais. Nós, os underdogs. E com todo o mérito!