Uma visão leonina do Mundial 2006

O Sangue Leonino é um blogue onde a alma sportinguista desagua. O Campeonato do Mundo apresta-se a ver cair o pano e ainda falta algum tempo para termos que aturar os vieiras, veigas, pintos, loureiros, fantasmas negros do apito. Ansiamos pelas noites de glória e sabemos que não haverá contrariedade que fará com que amemos menos o nosso clube. Por isso, e antes que ele acabe, apetece-me reflectir e dar voz ás reflexões leoninas sobre o Campeonato do Mundo.

Para mim, e independentemente do 3º ou 4º lugar, quero dar os parabéns ao “Clube Portugal” que foi a Selecção. Claro que preferia termos ganho aos francius e estar na final. No entanto não me deixo contagiar pelo desânimo da derrota e esquecer o facto de termos ficado até ao fim, quando equipas como o Brasil, Espanha, Inglaterra, Argentina, Holanda e República Checa já nos estarem a ver do sofá. Acham pouco? São poucos os que ainda se lembram de igual feito. Também já é tarde para voltar aos jogadores que não deveriam ter ficado cá e aos que não mereciam ir. Será sempre especular dizer que seria melhor com este e sem aquele. A não ser que pudéssemos levar cópias do melhor Figo, do Deco e quem sabe um Jordão e um Eusébio nos seus tempos áureos. Também não vou na cantiga dos que em vez das vitórias até às meias queriam exibições de encher o olho. Para irmos logo com o Gana, Rep. Checa, etc.? Talvez por ser sportinguista lembro-me bem do que é jogar bem e não ganhar nada.Não quero alongar-me em demasia por isso faço 2 reflexões individualizadas:

Scolari: Muita tinta se escreve e escreverá sobre a sua personalidade e actuações controversas. Eu agradeço-lhe ter-nos devolvido o amor-próprio e o facto de gostarmos de usar outra vez os nossos símbolos. Mais de que um grande treinador é um grande líder e essa é uma qualidade que há muito andava arredada da Selecção de todos nós. No entanto, e infelizmente para nós, não é Deus e por isso não está acima das críticas. As principais:

• Trabalhar com um grupo hermético faz passar a mensagem aos que ficam de fora, especialmente os jovens, que, por melhor que joguem, nunca lá chegarão. A persistência torna-se em teimosia, em prejuízo de opções de maior qualidade.
• A falta de rins nas opções tácticas. Não é preciso ser vidente para saber as alterações que vai realizar, normalmente tarde e duvidosas.
  

Ricardo: Parece que muita gente ainda duvidava do seu valor. Eu nunca me inclui nesse rol, porque desde os seus tempos do Boavista que me habituei a reconhecer-lhe as imensas qualidades. Que os outros façam campanhas contra ele, sejam eles benfiquistas, portistas ou jornalistas, tudo bem. Agora que nesse grupo estejam adeptos sportinguistas, que parecem só ter força para assobiar os nossos… Talvez tenham percebido que devidamente motivado ele é dos melhores do mundo.

Verdão