Será possível abolir as primeiras-partes?

Sporting, 3 - Boavista, 2

Está dado o nosso pontapé de saída nesta edição 2006/2007 da primeira liga. Acabado de chegar de Alvalade, a primeira pergunta que me apetece fazer é esta: será possível ao Sporting apresentar um requerimento para só jogar as segundas-partes?

Depois daquilo que vi nos jogos da pré-época, no jogo com o Inter e hoje com o Boavista, pergunto: que raio anda esta equipa a fazer em campo nos primeiros 45 minutos?

O Sporting entrou apático, nunca assentou o seu jogo, revelou total inoperância ofensiva e alguma insegurança na defesa, o que me espantou visto termos mantido o quarteto que tão boa conta do recado deu na época passada (Abel, Polga, Tonel e Caneira).

Confesso que quando o Boavista marcou o primeiro - por Zé Manel - não me admirei porque a toada do jogo fazia adivinhar esse desfecho. Estávamos a conceder muitas facilidades.

É um facto que Paulo Bento tem muitos anos de futebol, tem o curso de treinador e trabalha com estes jogadores diariamente, mas na minha condição de treinador de bancada, e depois da indicações dadas no jogo com o Inter, eu teria apostado em Nani e em Deivid (imagine-se!) de início.

Bueno parece esforçado mas ainda está a integrar-se, Custódio complicou muito e tardou a soltar a bola em vários lances e Abel, jogador que muito aprecio, esteve em noite não.

Aliás, segundo consta, Deivid fez este sábado o último jogo pelo Sporting, no qual curiosamente marcou dois dos três golos, já que vai jogar no Fenerbahçe, segundo anuncia o site oficial do clube turco. Foi preciso estar de saída para passar a jogar bem. Enfim...

Com as mudanças que se impunham fazer ao intervalo, passámos a ter uma equipa mandona, muito mais perigosa, com mais criatividade e velocidade a criar lances de ataque, e sem qualquer dúvida que Deivid, Nani e Ronny, foram as grandes mais-valias que nos levaram ao triunfo.



Deivid foi o autor do passe para o golo do empate, da autoria de Nani aos 63 minutos, tendo ainda assinado o segundo. Quase a terminar a partida, dois novos golos, um para cada lado: Deivid, aproveitando um brinde de William - já num lance anterior o boavisteiro prometera dar uma fífia - , voltaria a marcar para o Sporting, o mesmo acontecendo com Zé Manuel a reduzir, já em período de descontos, com um remate fulminante.

Espero que Paulo Bento tenha tirado as devidas ilações deste jogo já que foi bom começar a ganhar e mostrar estofo para virar resultados, mas aquela exibição da primeira-parte não pode voltar a acontecer.

Uma palavrinha final para João Loureiro e seu lacaio João Freitas: não é por tanto saltarem e protestarem no banco de suplentes que ganham os jogos, e quanto a dizerem que foi o árbitro que os empurrou para a derrota, talvez seja melhor acusarem aqueles que lhes levaram o treinador.

Árbitro: Lucílio Baptista (Setúbal)

SPORTING: Ricardo; Abel (Ronny, ao intervalo), Tonel, Polga e Caneira; Custódio (Nani, ao intervalo); Carlos Martins, Romagnoli e João Moutinho; Bueno (Deivid, 59m) e Liedson.

Suplentes: Tiago, Miguel Veloso, Ronny, Farnerud, Nani e Doaula.

BOAVISTA: William; Hélder Rosário Ricardo Silva, Cissé e Mário Silva; Tiago, Kazmierczake e Lucas (Hugo Monteiro, 74m); José Manuel, Grzelak (Ricardo Sousa, 66m) e Linz (Fary, 79m).

Suplentes: Jehle, Tambussi, F. Dinis e Essame.

Disciplina:
Cartão amarelo a Abel (4m), Ricardo Silva, (16m), Grzelak (26m), William (29m), Liedson (87m) e Ricardo (93m).
Cartão vermelho a Ricardo Sousa (70m).

Marcadores: José Manuel (17m e 90m), Nani (63m) e Deivid (65m e 89).

Leonino