O programa: Ser Sporting
Daqui até ao dia das eleições vou tentar analisar os programas das várias candidaturas. Actualmente só é conhecido o programa Ser Sporting, portanto a minha análise de hoje recai sobre este programa.
Vou tentar ser o mais objectivo e imparcial que me for possível, pois não quero influenciar o sentido de voto de ninguém.
Por falta de tempo e pela enorme extensão dos programas não poderei fazer analises muito exaustivas, mas tentarei focar todos os segmentos.
Assim espero uma participação massiva de todos os sportinguistas e em especial dos candidatos ou elementos das suas listas que se predisponham a esclarecer e elucidar os sportinguistas.
Espero que esta iniciativa sirva para prestar um bom serviço ao Sporting Clube de Portugal e aos sócios votantes.
O Programa Ser Sporting:
3.1. Clube e Sócios
Objectivo: Duplicar nos próximos 4 anos a base de sócios efectivos
participantes activos actuais e criar condições para a conquista de
novos sócios, nomeadamente através da conversão de adeptos em
sócios activos.
Nota-se uma preocupação genuína em fazer voltar os sócios e adeptos ao seio do clube, mas centra-se sobretudo no sócio efectivo esquecendo um pouco a figura do sócio correspondente. É preciso fazer notar que o clube tem adeptos em todo o país e estrangeiro e muitos destes não desdenhariam ter uma vinculação mais efectiva ao clube.
Assim a incrementação do número de sócios correspondentes em articulação com a possibilidade real de intervir na vida do clube poderia ser uma grande fonte de receitas.
Aqui lanço uma ideia que poderia ser articulada com os núcleos e poderia gerar uma nova modalidade de sócio: Sócio do Núcleo.
3.2. Ecletismo e Modalidades
Objectivo: Lançar a construção de um pavilhão do Sporting Clube
de Portugal até ao termo do mandato Ser Sporting. Revitalizar a
competitividade, sustentabilidade financeira e índices de
participação dos sócios nas modalidades do Sporting Clube de
Portugal.
É interessante tentar revitalizar as modalidades em articulação com a participação dos sócios, mas como será isso possível de alcançar sem a total efectivação do Pavilhão neste mandato.
Faço notar que o objectivo é lançar a construção e não ter um Pavilhão construído até ao final do mandato.
Como será possível incrementar o ecletismo durante os próximos quatro anos sem uma casa própria.
3.3. Futebol
Objectivo: Reafirmar o Sporting Clube de Portugal como líder na
gestão do futebol profissional, com efeitos visíveis nos resultados bem
como na adesão de sócios e adeptos à modalidade.
O futebol continua e continuará a ser a modalidade rainha do clube, mesmo não sendo a mais ganhadora.
È de louvar que não se embarque na tentação de fazer promessas irreais e nada concretizáveis e se tenha a coerência de perceber que só se pode gastar à medida das nossas receitas (ver alínea b).
Contudo é necessário um incremento sustentado e progressivo no orçamento do futebol para que o clube possa competir por mais altos objectivos.
Só atingindo esse desiderato pudera aspirar a ter uma adesão maciça de novos sócios e adeptos.
Gostaria de perceber o que se entende por gestão da reputação do jogador do SCP (ver alínea k).
O articulado da alínea m pressupõem a conjugação de resultados com bons espectáculos em prol dos sócios e adeptos. Todos desejamos isso, mas em ultima análise o que interessa mesmo são os resultados e as conquistas pois são elas que trazem novos adeptos.
3.4. Finanças
Objectivo: Aumento de receitas anuais do grupo Sporting em cerca
de 18%. Diminuição das despesas anuais do Grupo Sporting em
cerca de 15%. Redução do passivo do Grupo Sporting em cerca de
30 milhões de euros no final dos 4 anos de mandato Ser Sporting.
Proposta e implementação de mecanismos de maior transparência
e rigor financeiro no clube.
Quando temos um passivo de 250 milhões, será que o abatimento de 30 milhões em 4 anos (7,5 milhões/ano) irá ser suficiente para tornar o Sporting um clube mais estável financeiramente. Parece-me difícil que se consiga alcançar isto com base em pressupostos como: aumento nº sócios, cortes salariais e sem venda de património ou abdicando de capital na SAD.
Se alguma destas medidas falhar será inevitável a venda de jogadores ou novos empréstimos.
A recuperação e o aumento do nº de sócios efectivos e o aumento da venda de bilhetes de época em novos moldes são duas das medidas mais importantes para aumentar a receita.
Primeiro que novos moldes são estes e segundo se estas duas medidas falharem qual o plano de contingência.
Não será inevitável que se tenha de recorrer á venda de jovens jogadores para realizar receitas extraordinárias.
Do lado da despesa fala-se em diminuir a massa salarial do grupo Sporting.
Esta medida vai abranger os jogadores da equipa de futebol e em que medida, pois a maioria já tem contractos assinados e em vigor.
No lado do Activo fala-se em ter a maioria do capital da SAD, nunca inferior a 60%. Porquê 60% e não 55% ou 65%, e será que 50,1% não pressupõem já uma maioria.
3.5. Comercial e Marketing
Objectivo: Aumento de receitas anuais de cerca de 8 milhões de euros
entre quotização, receitas de bilheteira e merchandising.
Se falhar a angariação de novos sócios e não se conseguir aumentar as receitas de bilheteira qual o plano de contingência.
A meta dos 150.000 sócios no final do mandato talvez seja um pouco irrealista conforme se pôde perceber na recente campanha de angariação de novos sócios. Não seria mais realista tentar reactivar muitos dos quase 100.000 sócios existentes, através do perdão de quotas.
3.6. Património
Objectivo: Enriquecer património actual através da construção de um
pavilhão Sporting Clube de Portugal. Gerar novas linhas de receita
através do aproveitamento das infra-estruturas actuais para iniciativas e
utilizações complementares inexploradas.
O Pavilhão estará construído no 1º, 2º, 3º ou 4º ano do mandato. Se não for possível construir junto do estádio quais são as localizações alternativas.
Uma Cidade Desportiva com que verbas e onde.
Conjunto de medidas inovadoras ou interessantes:
Clubes e Sócios: d), e), i), l) e n)
Ecletismo: a), e), f) e I)
Futebol: c), e), i) e J)
Finanças:
- Receitas: c), e) e g)
- Despesas: a)
- Activo: c)
- Transparência e rigor: c)
Comercial e Maketing: e), g), j), l), q)
Património: b)
- Academia: e)
- Estádio: a) e b)
Conclusões:
É um programa muito bem delineado e extenso que toca todas as vertentes do clube. Tem algumas medidas inovadoras tanto a nível do clube como do país e outras bastantes atractivas.
Na minha perspectiva apresenta dois pilares fundamentais que podem ser a futura base de sustentação e que bem articulados podem potenciar o clube para novos desígnios.
Falo da construção do novo pavilhão e do aumento do número de sócios, sobretudo na categoria de sócio efectivo.
Se conseguirem atingir estes dois objectivos em articulação com modalidades ganhadoras poderemos ter um futuro mais radioso.
Contudo permitam-me fazer algumas observações que julgo pertinentes.
Assim não posso compreender o esquecimento dos núcleos, que penso ser uma palavra arredada deste programa.
Pelos menos não está dito explicitamente qual o seu papel no futuro do clube e a par disso a pouca importância dispensada ao sócio correspondente.
Esta é uma vertente deveras importante e que deveria ter sido melhor enquadrada, pois o SCP tem milhares de adeptos em Portugal e no estrangeiro. A sua integração como sócios correspondentes e a participação mais activa na vida do clube, não deixaria de ser bastante interessante e compensadora a nível financeiro.
É necessário perceber com que financiamento se vai construir o pavilhão e em que ano do mandato estará pronto.
Estas não serão as únicas fontes de receita, mas serão talvez as mais importantes e se assim for que vai suceder se alguma delas falhar ou até se falharem ambas.
Existem alternativas, algum plano de contingência ou será inevitável o concretizar de receitas extraordinárias através da venda de passes de jogadores. Teremos de renegociar novamente com a banca ou recorrer a mais empréstimos obrigacionistas.
Verde CDV
Sangue LEONINO
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