Lamentavelmente fui um dos muitos que faltou ontem ao jogo
em Alvalade. Pelas mais variadas razões, essa é uma situação que se irá repetir ao longo da época, infelizmente para mim. Relativamente ao jogo de ontem, alguns dos assuntos que ficaram pendentes da observação anterior já estão mais claras para mim:
- Temos ainda um longo caminho a percorrer até funcionarmos colectivamente em níveis aceitáveis. A integração dos novos elementos carece de mais tempo e alguns dos pilares do ano passado, Moutinho e Veloso têm apenas 5 dias de preparação.
- Resulta do ponto anterior que o número de jogos de preparação agendados deveria ser maior e abranger um leque mais diversificados de adversários, que nos testassem em condições semelhantes aos que vamos encontrar nas diferentes provas em que participaremos. Jogar com o Bayern não é o mesmo que jogar com o Aves, nem jogar com o Guimarães fora é o mesmo que jogar com a Naval em casa.
- A infeliz decisão dos números a preto nos equipamentos foi rectificada e a nossa camisola voltou a ganhar o brilho perdido.
Analisando a equipa por sectores parece-me que:
- Estamos muito bem servidos de guarda-redes. Stojkovic caminha para a titularidade, conquistou os adeptos, mas não pode facilitar. Patrício estará à altura caso seja chamado.
- A defesa revela ainda falta de ligação, apesar de a ausência de golos sofridos o poder disfarçar. Essa ligação só será conseguida com muita “estrada”. Tenho dúvidas se não voltaremos a tremer nos lances de cabeça. É indiscutível que as soluções actuais para o lado esquerdo não oferecem garantias e Abel é de menos na direita. Ao centro a luta vai ser grande para jogar ao lado de Polga, o único indiscutível. Gladstone parece levar a dianteira, mas Tonel não lhe estenderá nenhuma passadeira. Grande parte dos adeptos gosta do estilo e eficácia de Gladstone.
- Na linha média estão os nossos maiores problemas. Além da já citada entrada tardia de Veloso e Moutinho lesões alternadas nos principais candidatos aos lugares em aberto fazem com que seja o sector que funciona pior, com elevados custos para equipa. Não defende mal de todo mas não consegue criar ofensivas com consistência. Parece-me óbvio que não será a linha média que ontem iniciou o jogo que será titular. Julgo que a maior parte dos sportinguistas ainda não percebeu a insistência de PB em Pereirinha, que Romagnoli tem este ano outra concorrência, que Paredes está atrás de Adrien e ficará atrás de Veloso quando a preparação deste estiver adiantada e Farnerud é apenas um 2ª linha de qualidade.
- O ataque, em qualquer equipa, está demasiado dependente do que se faz nas suas costas e enquanto a produção global não melhorar a dos avançados também não acontecerá. No entanto parece que Liedson veio melhor do que foi o que, a confirmar-se, é melhor para nós que uma certificação ISO 9002. Purovic esteve mais apagado do que em Albufeira e está em clara desvantagem em relação aos demais no nosso 4-4-2 habitual. Tem menos mobilidade, é o que menos conhece a equipa e parece ser um jogador que ganharia muito com a delimitação da sua acção às imediações da área. Claramente melhor para um 4-3-3. Derlei parece ser o parceiro de Liedson mas precisa de bolas mais redondas nos pés e nas demarcações. Djaló poderá ser útil à equipa, desde que perceba que não dribla tão bem como Ronaldo ou Nani, nem tem que o fazer.
Como apontamento final diria que se no futebol não imperasse a ditadura dos resultados e os cenários não fossem tão instáveis, afirmaria que temos uma equipa com um futuro extremamente promissor. Pelas seguintes razões:
1. Temos uma equipa técnica qualificada para a função;
2. Em termos individuais possuímos um número elevadíssimo de jogadores de qualidade superior;
3. A maior parte desses jogadores são sub-23.
PS(I)- A foto de Cherbakov foi-me gentilmente enviada por André Figueiredo. Se nome não vos diz nada visitem http://lusofootball.blogspot.com. Aí poderão observar o fabuloso trabalho que é realizado sobre a formação em geral, com particular enfoque sobre as escolas do nosso clube. Obrigatório. Obrigado André.
PS(II)- Chamo a atenção para os comentários de Tadeia na RTP1. Aos 7 minutos de jogo atreveu-se a dizer que a nossa equipa era “fraquinha”. Permaneceu neste tom o resto do jogo. Os comentários sobre M. Veloso, com cinco dias de preparação, foram inqualificáveis. Revelou ignorância inadmissível num comentador profissional em diversas ocasiões. P. ex: quando PB colocou Gladstone à esquerda, após a saída de Polga, serviu-se da rábula de Anderson no slb, para inventar 1 fantasma. Ignora ele que Gladstone se estreou no jogo de atribuição do titulo brasileiro, com apenas 18 anos, pelo Cruzeiro, jogando no lado esquerdo. Lamentável.
verdão
Sangue LEONINO
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