Eclectismo: uma palavra vã?
Eu sei que o futebol é indiscutivelmente o grande desporto-rei deste nosso planeta e que, numa lógica empresarial em que o lucro é o objectivo número 1, o eclectismo é uma palavra cada vez mais vã.
Mesmo assumindo a minha enorme paixão pelo futebol - mea culpa! - não posso deixar de me associar a todos aqueles que lamentam o virar de página que se levou a cabo no nosso maravilhoso clube, onde tudo e todos parecem apenas convergir para a modalidade-raínha.
Se já antes era complicado falar de equilíbrio nas contas dos clubes nacionais, com a gestão desastrosa e megalómana que generalizadamente se instalou no futebol nacional, ainda mais esse problema se agudizou.
Mas agora pergunto: e que culpa têm disso as chamadas modalidades amadoras? Será que foram estas as grandes geradoras de despesa e as grandes causadoras desses mesmos desequilíbrios ou foi uma certa megalomania de novo-riquismo, a qual levou os clubes a pagarem rios de dinheiro a futebolistas, bem acima das suas reais possibilidades, que nos levou a esta situação? Pois...
A título de exemplo, sei que uma das ditas modalidades amadoras, entretanto já extinta, via 90% do seu patrocínio ser canalizado para o futebol. Justo? Claro que não.
Leonino
É um facto que o novo estádio que a todos nos enche de orgulho não contemplou uma pista tartan e um pavilhão desportivo mas ainda não é tarde para que possamos alterar a estratégia reinante porque existe público interessado nas outras modalidades, porque ainda é possível angariar patrocínios para as mesmas e porque Obikwelu, Joaquim Agostinho, Naíde Gomes, Carlos Lopes, os gémeos Castro, Miguel Maia, Rui Silva, Ramalhete, Chana, Carlos Lisboa, Fernando Mamede, Livramento, ou ainda Jorge Theriaga, Carlos Silva, Manuel Brito, Jesus Correia, Vaz Guedes, Baganha, Rui Albuquerque, Israel, Aniceto Simões, Ezequiel Canário, e inúmeros outros grandes atletas que prestigiam ou prestigiaram o nosso emblema e que nos deram inigualáveis alegrias, merecem que o ECLECTISMO do nosso Sporting não seja definitivamente enterrado!
Eu cresci e alimentei o meu incurável sportinguismo a vibrar com as equipas leoninas de futebol, mas também com as do hóquei em patins, andebol, basquetebol, voleibol e atletismo.
Como gostaria muito que o meu filho - sócio desde que nasceu - também possa vivenciar tudo isso, faço votos para que a actual ou futuras direcções do nosso clube saibam estabelecer um equilíbrio entre o futebol "negócio" e as ditas modalidades amadoras. Será difícil? Sem dúvida! Impossível? Não. Mesmo sendo muito complicado sei que os nossos dirigentes terão competência e capacidade para o conseguirem, porque ser sportinguista é isso mesmo: fazer das adversidades grandes conquistas! Basta quererem.
Leonino
Sangue LEONINO
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