Tudo menos milagreiro

Há semanas que vejo muitos sportinguistas de facas afiadas contra o nosso treinador Rúben Amorim. Para além de achar tudo isso um perfeito disparate, é também uma profunda injustiça.

Amorim tem sido, reitero, o grande seguro de vida do actual presidente. E querer fazer do técnico um alvo a abater para fragilizar Frederico Varandas, é uma estratégia absolutamente inqualificável e suicidária.

É um facto que Amorim tem muito a retificar, até porque a planificação da actual temporada não correu bem, tem revelado alguma teimosia contraproducente, quer em insistir na aposta em jogadores mal amados pela massa associativa (Esgaio, Paulinho…), o que acaba por ainda os fragilizar mais, quer em prescindir de pontas-de-lança no plantel, colocando todas as fichas num ataque móvel.

Mas também quem seria o treinador que faria boas omeletes sem ovos, e que ficou privado de jogadores como Nuno Mendes, Feddal, João Mário, Sarabia, Matheus Nunes, Tabata ou Palhinha, sem se ter acautelado a chegada de substitutos à altura?

É certo que no futebol não há milagreiros, nem Amorim será um Alex Ferguson em Alvalade, até porque não é cultura desportiva nos países latinos manter os treinadores durante décadas, mas a todos os críticos do trabalho do actual treinador, apenas pergunto: querem voltar aos tempos de Silas, Peseiro ou Keizer?

Querem pedir responsabilidades? Peçam-nas a Varandas ou Viana. Não a Amorim!