A gestão de futuro... descurando o presente
Sempre que saboreamos um mau resultado desportivo, gera-se uma discussão acesa, apimentada por um vocabulário por vezes pouco recomendável. E infelizmente nos últimos tempos isso tem sido demasiado frequente.
Quanto à situação actual do nosso clube pergunto: mas não haverá neste país sportinguistas que sintam o clube, que sejam competentes enquanto gestores (com sensibilidade desportiva) e que abracem a causa do nosso clube? Não proliferam por aí os mestrados e as pós-graduações em gestão desportiva?
Teremos que andar ao sabor de abutres que se aproveitam do futebol e dos clubes apenas para sacar comissões e ganhar projecção para outros saltos? E quanto a estes, para já, por aqui me fico...
É que muitos só vêem - ou querem ver - a realidade numa lógica de believers amestrados, tendo apenas em linha de conta aquilo que lhes põem à frente dos olhos.
Detesto a gestão "carola" de outros tempos, tipo Gonçalves e afins, a qual deu nos resultados que todos vimos, mas confesso que esta linha de gestão, onde tudo e todos se subjugam aos interesses da banca - a qual anda no estado em que todos sabemos, sendo um belo exemplo o BCP, estando o pior ainda para vir - colocando em segundo plano os objectivos desportivos, deixa-me de cabelos em pé.
Entrar numa mera lógica fundamentalista de economicismo, onde a realidade apenas é lida numa relação entre activo/passivo, proveitos/custos, subalternizando a vertente desportiva e tudo aquilo com que ela mexe, pretendendo gerir um clube como um banco, uma construtora ou outra empresa qualquer, é um exercício suicidário.
Não querer perceber que anos a fio sem se ganharem campeonatos implicam descrédito, apatia e afastamento por parte dos adeptos, reduzindo assim o mercado da marca Sporting e a apelatividade do clube a uma mobilização da nação leonina, e sobretudo aos jovens, é um puro acto de gestão autista.
Um clube não deve, nem pode, ser gerido a partir das bancadas, e sobretudo ao sabor de vitórias ou derrotas momentâneas, assim como de movimentos contestatários das claques, mas pensar que só se pode construír o futuro colocando o presente em segundo plano, só vai ter um resultado: a redução da massa adepta e uma espiral de inêxitos desportivos.
Façam um simples exercício: vejam o que aconteceu a clubes que subjugaram toda a política desportiva a uma linha de gestão meramente economicista e tirem as vossas conclusões.
Tenho desenvolvido a minha carreira profissional desempenhando funções em marketing e vendas, e - salvaguardando as diferenças entre os sectores de actividade - se houve duas coisas que aprendi foram estas:
- um consumidor que se sinta enganado é um consumidor que dificilmente algum dia voltará a comprar os nossos produtos. Irá inevitavelmente optar pela concorrência;
- para apostarmos em produtos, marcas e conceitos novos, visando a diferenciação face à concorrência, alicerçados na inovação e no desenvolvimento, nunca poderemos descurar o presente, ou seja, é a qualidade dos produtos que vendemos no presente que nos vai garantir a rentabilidade que nos dará margem de manobra para investirmos no futuro.
Dado estes exemplos, pergunto:
Que estamos nós a fazer no presente - a nível desportivo - que nos garanta a mobilização, motivação e empolgamento da massa adepta, por forma a crescermos no futuro?
Fica a pergunta... sobretudo direccionada para todos aqueles que fervorosamente subscrevem a linha onde tudo e todos se devem submeter à ditadura do rigor orçamental.
Já há umas semanas aqui escrevi: acabemos de uma vez por todas com a mistificação do "bom gestor" - o gestor competente não é aquele que só sabe poupar, mas sim o que sabe investir - e bem -, mesmo dispondo de poucos recursos, para então ter o devido retorno, ou seja, a multiplicação desses mesmos recursos.
Leonino
Quanto à situação actual do nosso clube pergunto: mas não haverá neste país sportinguistas que sintam o clube, que sejam competentes enquanto gestores (com sensibilidade desportiva) e que abracem a causa do nosso clube? Não proliferam por aí os mestrados e as pós-graduações em gestão desportiva?
Teremos que andar ao sabor de abutres que se aproveitam do futebol e dos clubes apenas para sacar comissões e ganhar projecção para outros saltos? E quanto a estes, para já, por aqui me fico...
É que muitos só vêem - ou querem ver - a realidade numa lógica de believers amestrados, tendo apenas em linha de conta aquilo que lhes põem à frente dos olhos.
Detesto a gestão "carola" de outros tempos, tipo Gonçalves e afins, a qual deu nos resultados que todos vimos, mas confesso que esta linha de gestão, onde tudo e todos se subjugam aos interesses da banca - a qual anda no estado em que todos sabemos, sendo um belo exemplo o BCP, estando o pior ainda para vir - colocando em segundo plano os objectivos desportivos, deixa-me de cabelos em pé.
Entrar numa mera lógica fundamentalista de economicismo, onde a realidade apenas é lida numa relação entre activo/passivo, proveitos/custos, subalternizando a vertente desportiva e tudo aquilo com que ela mexe, pretendendo gerir um clube como um banco, uma construtora ou outra empresa qualquer, é um exercício suicidário.
Não querer perceber que anos a fio sem se ganharem campeonatos implicam descrédito, apatia e afastamento por parte dos adeptos, reduzindo assim o mercado da marca Sporting e a apelatividade do clube a uma mobilização da nação leonina, e sobretudo aos jovens, é um puro acto de gestão autista.
Um clube não deve, nem pode, ser gerido a partir das bancadas, e sobretudo ao sabor de vitórias ou derrotas momentâneas, assim como de movimentos contestatários das claques, mas pensar que só se pode construír o futuro colocando o presente em segundo plano, só vai ter um resultado: a redução da massa adepta e uma espiral de inêxitos desportivos.
Façam um simples exercício: vejam o que aconteceu a clubes que subjugaram toda a política desportiva a uma linha de gestão meramente economicista e tirem as vossas conclusões.
Tenho desenvolvido a minha carreira profissional desempenhando funções em marketing e vendas, e - salvaguardando as diferenças entre os sectores de actividade - se houve duas coisas que aprendi foram estas:
- um consumidor que se sinta enganado é um consumidor que dificilmente algum dia voltará a comprar os nossos produtos. Irá inevitavelmente optar pela concorrência;
- para apostarmos em produtos, marcas e conceitos novos, visando a diferenciação face à concorrência, alicerçados na inovação e no desenvolvimento, nunca poderemos descurar o presente, ou seja, é a qualidade dos produtos que vendemos no presente que nos vai garantir a rentabilidade que nos dará margem de manobra para investirmos no futuro.
Dado estes exemplos, pergunto:
Que estamos nós a fazer no presente - a nível desportivo - que nos garanta a mobilização, motivação e empolgamento da massa adepta, por forma a crescermos no futuro?
Fica a pergunta... sobretudo direccionada para todos aqueles que fervorosamente subscrevem a linha onde tudo e todos se devem submeter à ditadura do rigor orçamental.
Já há umas semanas aqui escrevi: acabemos de uma vez por todas com a mistificação do "bom gestor" - o gestor competente não é aquele que só sabe poupar, mas sim o que sabe investir - e bem -, mesmo dispondo de poucos recursos, para então ter o devido retorno, ou seja, a multiplicação desses mesmos recursos.
Leonino
Sangue LEONINO
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