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Sangue LEONINO

quarta-feira, outubro 29, 2008

«Temos um grupo unido, solidário e forte»



Não há fome que não dê em fartura: depois de um longo e teimoso silêncio, tão criticado por tantos sportinguistas, aí está o director desportivo Pedro Barbosa em grande destaque em dois dos três diários desportivos, dando a cara pelo clube e fazendo a defesa do grupo de trabalho.

Frases a reter:

«Primeiro, em relação à situação de Moutinho, penso que é evidente ser um assunto completamente encerrado. Apesar da não saída dele e da firmeza e segurança que o Sporting manteve em todo o processo, ele tem dado uma resposta muito positiva em campo, no treino, no jogo e na forma como se entrega diariamente à defesa das cores do nosso clube. Parece-me que é um episódio ultrapassado.

Tenho a certeza de que não houve dois pesos e duas medidas em qualquer situação. São situações distintas. Também por parte do Simon foi manifestada vontade de sair, desde o início da época, e a resposta do Sporting foi sempre a mesma: não. É um jogador com potencial, que fez uma boa época e, portanto, fazia parte de um lote de 25 e teria de trabalhar como todos os outros para fazer parte das opções do treinador. São compreensíveis as expectativas de cada um, mas o que nós queremos é o sucesso colectivo, até porque o sucesso individual vem sempre atrás, havendo uns que se destacam mais do que outros, mas todos ficam a ganhar.

Vukcevic é um jogador com potencial, tem contrato com o Sporting e nós contamos com ele.

Conquistar o título está claramente no nosso horizonte, é para isso que caminhamos, é nesse objectivo que estamos focalizados…

É muito maior o ruído exterior do que aquilo que se passa internamente. Num grupo de trabalho com 25 jogadores, há situações que vão surgindo, e compete-nos geri-las e resolvê-las. Isso é perfeitamente natural. São situações que têm a ver com insatisfação e alguma tristeza, coisas que entendo e compreendo. No entanto, quando esses sentimentos passam os limites daquilo que é o razoável, fica mais complicado. Portanto, a insatisfação e a tristeza devem ser manifestadas de forma positiva em treino ou quando se é chamado a jogar, correspondendo ao que é pedido pelo treinador. Essa é a dinâmica.

Para quem tem acesso à informação - e o sportinguista dá atenção aos pormenores -, passa a imagem que isto aqui está tudo partido. E isso é mentira! Completamente falso! Eu, que estou com o plantel no dia-a-dia, sinto que temos um grupo unido, solidário, forte.

Os factos são empolados, toda a gente fala de futebol - porque é um fenómeno de emoções e paixões - e cria-se a ideia de que não há comando e que o balneário do Sporting está todo partido. Nada mais falso! Não quero entrar em comparações com aquilo que se passa nos outros clubes, mas garanto que muitas das coisas que se passam no Sporting são depois distorcidas e exageradas.

Miguel Veloso e Yannick Djaló foram afastados da convocatória para Paços de Ferreira pura e simplesmente por opção técnica. Tenho reuniões com os atletas, também com alguns empresários. Não vou dizer publicamente o que falámos, mas o que se passou na última sexta-feira foi uma conversa normal. Querem relacionar isso com a convocatória, mas são factos distintos, sem qualquer tipo de ligação. A dita reunião aconteceu nesse dia, como podia ter tido lugar noutra data. Foi posta a circular uma informação despropositada e desenquadrada.

Este projecto tem vindo a crescer, é sustentável, tem-se fortalecido. A SAD tem a mesma administração há três anos e meio, o treinador vai já na sua quarta época - é o segundo com mais tempo de permanência em toda a história do clube e isto quer dizer alguma coisa. E o Paulo Bento é, sem dúvida, um grande treinador! A estabilidade é a nossa grande virtude e isso, está visto, incomoda muita gente.

Sou reservado, discreto, é verdade, é a minha forma de estar. Falarei quando entender que tenho de falar. Ao contrário do que dizem, o Sporting não está desprotegido. Se há coisa que existe é total sintonia entre as ideias do treinador, as minhas e as da administração.

A exposição dele é normal. O Paulo [Bento] é o rosto. Fala antes e depois dos jogos. Se numa semana houver três jogos, ele falará seis vezes. Mas sempre sobre questões técnicas, sobre a gestão do plantel. Dos outros assuntos que houver tratará, obviamente, a administração.

Estamos claramente satisfeitos com os reforços. O Ricardo [Baptista] ainda não jogou, mas é um guarda-redes jovem com enorme potencial. Não concebemos um plantel para ser retocado em Janeiro. A lógica (anual) de recrutamento e construção do plantel assentou em três pontos: qualidade, conhecimento do futebol português e identificação com o clube.

O jogo que se segue é o mais importante. Temos de vencer em Vila do Conde. Depois, tentaremos bater o Shakhtar e atingir o grande objectivo de chegarmos aos oitavos da Champions. Por fim, a Taça, um jogo decisivo, mas é cedo para se falar do clássico. Mas são todos para ganhar! Nesta casa, ganhar tem de ser palavra de ordem.

[Stojkovic] No final da época passada, foi uma situação que tentámos resolver, comunicando ao jogador que pensávamos ser o melhor para todas as partes que se encontrasse uma solução noutro clube. Não foi possível. Faz parte do plantel, está inscrito em todas as competições e trabalha como todos os outros para ser opção. Em Janeiro, vamos ver, é um quadro que se pode manter… ou não.

Mas a situação do Stojkovic é claramente distinta da do Simon. Tentámos encontrar uma solução, não foi possível, mas está integrado no plantel. Em Janeiro, cada situação será avaliada consoante a sua especificidade. No caso de Stojkovic, porventura, poderemos voltar a tentar encontrar uma solução, procurando colocação noutro clube.

Olhando para as assistências, constatamos um número aquém das expectativas. Claro que temos de dar o nosso contributo. Vivemos numa altura em que as coisas não estão fáceis para ninguém. Acho que os adeptos têm correspondido, dentro das suas possibilidades, de uma forma bastante positiva, incentivando a equipa. Compete-nos dar o devido retorno. Mas há uma relação estranha entre resultados e assistências: nos últimos anos ganhámos e os números decresceram.

Gostava que o estádio estivesse cheio e acredito que com o Shakhtar, terça-feira, em jogo importante em que podemos alcançar um objectivo histórico, estará com muitos adeptos nas bancadas e, depois, com o FC Porto, também.

Temos sucesso desportivo e perdemos assistência. A conjuntura pode explicar alguma coisa, mas não tudo. É difícil.»

Leonino
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