Sem exigência não vamos lá...

Ponto prévio: este post não é, nem pretende ser, um exercício de réplica ou contraditório ao que o amigo Best One legitimamente anteriormente escreveu.


Mantenho que considero uma autêntica vergonha aquilo que actualmente se passa no futebol profissional do clube de que tanto gostamos, e pelo qual tanto sofremos.

Como é possível que jogadores com ordenados generosos, fazendo diariamente aquilo que gostam, indo para os treinos nas suas máquinas de alta cilindrada, idolatrados por tantos, tenham que ser acarinhados para jogarem bem?

Será um escândalo que os sócios que tanto esforço fazem – sobretudo numa época de grave crise económica – para pagar as suas quotas e adquirirem gameboxes, se possam indignar contra tanta apatia e falta de brio?

Será que os bons sportinguistas, os adeptos exemplares, são aqueles que comem e calam? Aqueles que nada reclamam ao verem os jogadores autenticamente ‘gozarem’ com a camisola e o símbolo centenários que envergam?

Será que o mal do nosso clube está nesses adeptos que - embora não embarcando no fácil e gratuito bota-abaixismo - fazem questão de querer mais e melhor?

Reitero um exemplo que tenho dado: coitado daquele chefe de família que ganha um ordenado miserável, que trabalha de manhã até à noite, muitas vezes em condições precárias, maltratado pelo patrão, e que tendo que sustentar uma família inteira, tem que fazer das tripas coração para que diariamente – quando de madrugada se levanta – tenha que inventar motivação para enfrentar mais um dia de dificuldades...

De que motivação necessita um menino que sempre teve tudo do bom e do melhor, que diariamente vai para o treino numa das melhores academias de futebol do mundo, ao volante do seu Porsche e que no final do mês ainda recebe um chorudo ordenado por ter a sorte de fazer daquilo que gosta a sua profissão?

Digam o que disserem, seja argumentando com as dificuldades de ordem económico-financeira que o Sporting atravessa, seja defendendo que a crítica não ajuda, enquanto não se repuser com vigor, autoridade e firmeza, uma filosofia de exigência, profissionalismo e rigor, bem que podemos ir carpindo mágoas a cada jogo que passa.


Leonino