2014/2015: outras ambições, novas responsabilidades

Nova época a iniciar-se, renovadas esperanças, renovadas ambições.

Se a temporada passada era importantíssima, já que representava uma mudança de ciclo, o primeiro ano de uma nova equipa directiva, a travagem do caminho rumo ao precipício, esta não será menos importante. E não será menos importante porque representa a afirmação e a consolidação de um projecto.

Com o sonho do pavilhão cada vez mais real, com a equipa profissional vinda de um excelente segundo lugar que nos leva de regresso à milionária Champions, com a retoma da aposta na nossa formação de excelência, com a reconquista da comunhão e cumplicidade entre clube e adeptos, é agora que se vai verdadeiramente constatar se este Leão tem garras!

Num país onde muitos ambicionam que a hegemonia no futebol se dispute apenas entre dois emblemas, infelizmente algo também apregoado e professado por supostos iluminados sportinguistas, alguns deles daquela elite (da treta) que via nos jogos de futebol uma 'maçada' e nos apaixonados adeptos leoninos uns meros clientes, potenciais geradores de receita, a temporada 2014/2015 mostrará se o nosso Sporting verdadeira e genuinamente tem capacidade para não descolar do pelotão da frente e, inclusivamente, para voltar a ser assíduo na ostentação da camisola amarela... e não me refiro ao nosso equipamento secundário da próxima época... porque isso são contas de outro rosário.

O segundo lugar do campeonato passado, a presença na fase de grupos da Champions, as convincentes exibições da temporada passada e sobretudo o novo discurso da direcção trazem mais responsabilidades, novas metas, uma fasquia mais alta e sobretudo acarretam a necessidade imperiosa de se demonstrar que se está à altura de tudo isso. 

Espero sinceramente que com uma equipa de tostões se consigam fazer milhões e que novas ambições não façam esquecer a forma responsável como, de há um ano para cá, se passaram a gerir os recursos do clube. Que ninguém do actual elenco directivo caia no deslumbramento em que outras direcções caíram, onde autenticamente estoiraram de forma irresponsável e criminosa o que tinham e inclusivamente o que não tinham, quase alienando de forma decisiva o futuro do nosso emblema. Mais a mais, agora que se perspectivam melhores dias para a nossa tesouraria. Cuidado com os amiguismos e com aquela coisa tão portuguesa do factor 'cunha'...

Como se diz, e bem, o Sporting é nosso, dos sócios, dos adeptos, daqueles que verdadeira e incondicionalmente o amam, não de A ou B, nem dos seus amigos! Sejam os de ontem, os de hoje ou os de amanhã!
 

Que a Sporting TV seja dentro de poucos dias uma realidade - que nos permita ter finalmente voz para contrariar o facciosismo e a parcialidade gritante da comunicação social, bem como compensar a fraca qualidade dos nossos representantes nos vários programas de debate desportivo - que Marco Silva demonstre ter capacidade para lidar com a pressão inerente ao banco de um clube grande, provando que aquilo que fez no Estoril não foi por mera sorte ou acaso, que as inevitáveis saídas de jogadores que nos últimos tempos se valorizaram (William Carvalho? Slimani? Rojo?) sejam devidamente compensadas, que o calibramento do plantel seja conseguido com uma gestão desportiva alicerçada na mescla entre a capitalização dos talentos da nossa Academia e reforços contratados de forma cirúrgica e bem pensada (Paulo Oliveira, Slavchev, Rosell...) e que Bruno Carvalho continue energicamente a lutar por termos um papel activo nos orgãos de decisão do desporto português. Não só naqueles que aparentemente decidem, mas também e sobretudo nos 'outros'...

Uma modesta sugestão que deixo ao timoneiro actual de Alvalade, eu que nem votei no último acto eleitoral e que pouco esperava desta direcção (mea culpa!) é que não banalize nem massifique as suas intervenções para que quando verdadeiramente quiser passar a 'mensagem' esta seja de facto recepcionada e tenha o impacto pretendido.

Quanto aos sócios, faço votos para que ou renovem ou adiram à gamebox, para que estejam presentes em massa - sempre que possível - no apoio aos nossos atletas e para que estejam sempre atentos à informação e contra-informação em que alguns persistem, sobretudo com estratégias que declaradamente visam intoxicar a opinião pública e denegrir o nosso emblema, em contraponto à 'propaganda' de que tudo vai bem na casa dos rivais, com a falácia habitual de que os seus presidentes nasceram com o toque de Midas.

Nuno M Almeida

(Quanto aos novos equipamentos, confesso que não gosto sobretudo dos inenarráveis calções verdes, assumo que a Macron também não é propriamente uma marca desportiva da minha predilecção, mas nada disto é verdadeiramente importante quando comparado com tudo aquilo que atrás escrevi. Basta qualquer camisola ter o leão sobre verde e branco para que seja a mais linda do mundo!)