O milagre chama-se Rúben Amorim

Há um ano andávamos penosamente a arrastar-nos na tabela classificativa, a nação leonina debatia-se com uma profunda depressão em clima de guerra civil, e cada jogo era literalmente vivido como uma tragédia.

 

Um ano depois somos líderes no campeonato, sem derrotas no final da primeira volta e temos ainda mais uma taça da liga no nosso museu.

 

Milagre? Não. De todo!

 

O que aconteceu foi que a incompetência de Varandas e Viana deu lugar à competência e sagacidade de Rúben Amorim, com este a escolher judiciosamente os reforços do plantel, vários deles vindos de outros clubes e outros mais da formação.

 

Jogadores portugueses de qualidade, como Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Antunes, João Pereira e Paulinho , conhecedores do nosso campeonato, dos adversários e da cultura futebolística, chegaram a Alvalade para serem mais-valias.

 

Estrangeiros como Adan, Feddal e Porro, também vieram acrescentar talento ao plantel.

 

Este Sporting está a espaços a fazer-me lembrar o Porto construído por Mourinho no início do século, baratinho e alicerçado na contratação de jogadores da liga portuguesa, muitos deles pouco cotados (Paulo Ferreira, Marco Ferreira, Helton, Derlei...) e contratados a emblemas mais modestos (Setúbal, Leiria, Estoril...), mas um grupo de trabalho muito motivado, focado, unido e sobretudo muito bem orientado. E que ganhou o que ganhou.

 

Os grandes orçamentos ajudam a ganhar campeonatos? Claro que sim. Mas orçamentos mais limitados, desde que judiciosamente geridos, aliados a muita competência, também!