Temos plantel!

Milhões de euros e questões financeiras à parte, desportivamente diria que estamos no bom caminho.

No início de Fevereiro, seguimos inequívoca e confortavelmente na liderança do campeonato, com quatro pontos de avanço em relação a Porto e nove em relação a Benfica.

Temos mais uma Taça da Liga no nosso recheado museu, taça essa ganha com inteiro brilhantismo e sem favores, pese embora estarmos também fora da Taça de Portugal.

Nas competições europeias fomos precocemente eliminados na Liga Europa - naquela a que eu chamo a Liga do Campeões dos Pobres - surpreendentemente goleados pelo Linz. 

Temos portanto nesta fase um único objectivo em mente: lutar única e exclusivamente pelo título que nos foge desde 2002 ou então, e na pior das hipóteses, garantir acesso à milionária Champions.

Rúben Amorim, a última e decisiva cartada de Varandas, está claramente a dar conta do recado, ainda não perdemos no campeonato, quatro pontos foram descaradamente perdidos às mãos de erros de arbitragem e vemos uma equipa guerreira, lutando sempre até ao último segundo, tal como testemunhámos na meia-final da Taça da Liga e novamente ontem.

Nas várias competições, em cinco jogos disputados com os principais rivais, assinale-se que também não perdemos - empatando e ganhando ao Porto, ganhando duas vezes ao Braga e uma ao Benfica - mostrando a esses adversários que têm mesmo que contar connosco.

Num plantel onde abunda juventude, irreverência e ambição, salpicada por alguma experiência (Adan, Antunes, Neto e Coates), creio que ontem garantimos qualidade adicional para o plantel, com a experiência, a maturidade e o talento de Paulinho, João Pereira e Matheus Reis.

Diria que temos agora soluções de maior qualidade nos vários sectores, que mesmo competindo apenas numa prova, estamos mais preparados para o desgaste físico, lesões e cartões, e estamos também evidentemente preparados para lutar até final da época pelo principal objetivo que nos norteia.

Não haver também público nas bancadas, numa conjuntura interna em que há clara divisão entre adeptos, desconfiança de muitos em relação à competência de Varandas e quando vemos muitos jovens a serem lançados, será um facto que adicionalmente nos beneficiará porque retirará pressão a quem dirige e a quem joga.

Para terminar, e voltando aos cifrões: prefiro gastar milhões em qualidade que me garanta retorno desportivo, e por consequência retorno financeiro, do que estoirar muita massa - mesmo que em alguns casos apenas em ordenados - em Bolasies, Camachos, Jesés, Douglas, Melis, Ruizes, e outros que tais.

Se é para gastar, que seja bem investido, com critério e com forte expectativa de retorno, não apenas para dar dinheiro a ganhar a amigos e comissionistas!

Nota: reitero a minha preocupação sobretudo em relação aos interesses sinistros que mandam no futebol português, os mesmos que em 2016 não nos deixaram ser campeões, no tal campeonato dos 86 pontos. Isso é o que mais me preocupa.