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Sangue LEONINO

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Apontamentos sobre uma crise

Crise. É a palavra certa e já não deve haver sportinguista que não use o termo para se referir ao momento que o clube atravessa. Entendo que se trata, acima de tudo, de um crise de resultados, isto é, uma crise desportiva, que, como sempre, abrem outras frentes de batalha. E, como se pode avaliar por ontem, a queda ainda não terminou. Não aceito teorias da conspiração e do caos. O momento actual nasce do mau desempenho desportivo.

A importância de ganhar. Tenho a certeza absoluta que não estaria agora aqui a postar as minhas reflexões se a equipa de futebol apresentasse, neste momento, outros resultados. Tivéssemos ganho os jogos do Leixões, Leiria ou Boavista, como bem podia ter acontecido, e o ambiente seria outro. Nesta encruzilhada da história do nosso clube o melhor soro para os nossos males é ganhar. Aumenta a confiança no seio da equipa, encarando-se os adversários com outros olhos. Aumenta o amor-próprio entre os adeptos, com estes a viverem o clube mais de perto, aumentando, assim, as receitas. Os jogadores sobressaem, aumentando a sua procura no mercado e a consequente possibilidade de realizar as mais-valias tão necessárias.

Frustração e desencanto. Após termos ficado a apenas um ponto da conquista do campeonato transacto, de termos conquistado a Taça de Portugal e a Supertaça, as expectativas para a época em curso dispararam, exacerbadas pelas noticias de dinheiro em caixa para investimentos em jogadores que acrescentassem qualidade ao plantel. Foram poucos os que repararam que o encaixe financeiro foi feito à custa de uma hemorragia de jogadores-chave na manobra da equipa e no equilíbrio do plantel. Não foi na qualidade dos jogadores que entraram que me parece que tenhamos ficado a perder. Afinal quase todos eles têm sido titulares ou podem sê-lo, como é o caso de Gladstone. Mas não se lhes pode pedir que se articulem com os colegas como faziam Tello, Caneira ou Nani. E quando se olha às alternativas aos titulares…

Erros de avaliação. Foi na preparação da época que começamos a perder os jogos de hoje. O primeiro erro de avaliação foi julgar que o plantel, somando as aquisições, as permanências, mais as incorporações dos jogadores oriundos da formação, conseguiria responder aos objectivos apontados para a época: vencer BWIN como objectivo prioritário, tentar fazer o mesmo com as restantes competições internas e melhorar a performance na Champions. Não foi levado em linha de conta o elevado número de jogadores novos no clube, a necessitarem de integração, a pouca experiência da generalidade do plantel e a falta de competitividade interna para alguns lugares. As lesões surgidas no dealbar da época não podem ser desculpa. Várias vezes falei aqui sobre isto na pré-época.

Fragilidades. Paulo Bento afirmou ontem que ficamos mais frágeis com a saída de Carlos Freitas. De acordo. Desde logo pela forma como esta se processa, no momento em que se processa. Depois porque se trata de um recurso que é desperdiçado, após lhe termos proporcionado 8 anos de formação contínua remunerada. Hoje Carlos Freitas conhece o mundo do futebol e este reconhece o seu nome, facto que não se verificava quando iniciou funções no clube. Mas a fragilidade que mais nos preocupa, pelo menos para já, é a competitiva. Quando uma maioria ruidosa aponta as baterias à SAD e, sobretudo, ao seu líder, eu olho para o resultado do trabalho de PBento e do plantel e o que vejo são níveis exibicionais e resultados desportivos ao nível do consulado de CManuel, de má memória. Como tenho o nosso treinador como profissional honesto e os resultados por ele alcançados em tão pouco tempo revelam competência, pergunto-me porquê isto? Porque é que em vez de aprimorarmos o melhor do nosso jogo do ano passado apenas temos hoje o que havia de pior? Porque é que no consolado de Paulo Bento perdemos os 2 campeonatos logo no início? Não me digam que é por causa dos orçamentos, porque se o nosso é inferior a slb e fcp é muito maior do que o do Setúbal, que nos deu um banho ontem.

Saudades de Carlos Freitas. Dificilmente alguém que o suceda exercerá tanto tempo a função de compra e venda de activos. E, justiça se lhe faça, alguém será tão circunspecto: apenas 1 entrevista à televisão em 8 anos. O princípio do fim aconteceu com a sua promoção a administrador. Um individuo com tantos anti-corpos no clube, (de forma tão injustificada que até deveria constituir um case-studie), ao invés de ser exposto, deveria ser resguardado, caso se lhe reconhece-se utilidade e importância. Ao fazê-lo subir na hierarquia mais não se fez do que o empurrar de mais alto. E Carlos Freitas revelou, ao não aguentar a pressão e exposição do cargo, batendo com a porta, que não tinha perfil para a função. Esta exige, além da competência que me parecia ter, nervos de aço e consciência tranquila. É verdade que só se lembravam dele nos maus momentos mas é para esses que temos que estar preparados. Como vimos no tempo de Paulo Andrade (aquela apresentação de Deivid, meu Deus…) a missão não é fácil e julgo que, mesmo que não o confessem, muitos sportinguistas vão ter saudades do ex-administrador.

A hora dos coveiros. Pela educação que recebi e por convicção gosto de respeitar a opinião de todos. E a exigência sobe quando oiço e ou leio comentários de sportinguistas. Mas pergunto-me: porque será que alguns só falam e comentam quando a crise se instala? Leio habitualmente aqui comentários contra "os notáveis" ou "doutorecos" que se instalaram na SAD. E onde param habitualmente os “notáveis” que, estando de fora do poder, agora que a crise chegou, se desdobram em comentários e entrevistas? Porque nunca apresentam uma ideia construtiva ou soluções alternativas, optando sempre pelo discurso da miséria e do expectro do "armagedon final"? Vão a Alvalade? Acompanham a equipa? Ou estão só à espera que os outros falhem para aparecer? Parece que cada vez somos menos por isso todos somos precisos. Mas parece-me que uns mais que outros.

P.S.- O ânimo anda tão em baixo que não vejo ou oiço ninguém protestar contra mais uma arbitragem vergonhosa de Pedro Henriques. Prejudicou-nos sempre ao deixar seguir, sem a punição devida, um elevado número de jogadas que poderiam representar perigo para o Setúbal. Então aquela ao Vukcevic, no final…

verdão(SL)

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