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Sangue LEONINO

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

5 pontos para análise

O SCP será aquilo que todos quereremos fazer dele.

Fico expectante com a resposta que daremos nós sportinguistas à campanha de angariação e recuperação de sócios que vai ser levada a efeito. O nosso presidente, sempre tão criticado, esteve bem ao fazer a provocação que fez: afinal passamos o tempo a dizermo-nos diferentes dos outros, para melhor claro, na forma como vivemos o clube. Está na hora de provarmos de forma prática que amamos o nosso Sporting Clube de Portugal, agora que todos somos poucos para lhe dar a dimensão grande que eternamente apregoamos, mas que por vezes parecemos descrer.

A hora do patinho feio.

Purovic é um caso paradigmático no nosso plantel. Tem 22 anos, é montenegrino, não fala outra coisa que não seja servo-croata. É internacional do seu país e tinha, até chegar ao nosso clube, um cartel razoável a nível europeu, para os jogadores da sua idade. E o seu caso é o exemplo perfeito do que tem sido o deficiente aproveitamento das características e qualidades de alguns dos nossos jogadores. Pôr um jogador destes a fazer outra coisa que não seja estar na grande área a ser servido pela equipa é desperdiçar um elemento que até nos podia ser útil. Pode-se colocar a questão se estas características se encaixam na forma de jogar da equipa. Mas para quê que o contrataram então? Não foi ele que se veio oferecer, pois não? Em Setúbal jogou mas quase não se viu. E alguém viu algum jogador da equipa fazer-lhe um passe de jeito? Ontem na única vez que isso aconteceu fez um golo, com sorte é certo, mas com o indiscutível mérito de estar no lugar certo, na hora certa, como cabe ao ponta-de-lança. Quanto valeu o golo de ontem? Quantos golos já fez Purovic, mesmo jogando pouco? A merecer uma meditação séria por parte dos adeptos e, sobretudo, de Paulo Bento.

Correria para psicanalista analisar.

A correria de Purovic para os braços de Stojkovic é merecedora de reflexão. Acredito que não aconteceu apenas porque é o único que verdadeiramente o entende, por falarem a mesma língua. Mas também e sobretudo por isso. Ambos vivem um momento de alguma forma inesperado das suas carreiras. Fizeram uma aposta num momento que habitualmente define a carreira de um futebolista, apostando num clube que os podia lançar, à semelhança do que aconteceu com muitos jovens futebolistas, na ribalta do futebol europeu. Com a época irregular da equipa, medíocre em alguns casos, e com a fraca aposta que Paulo Bento neles fez, devem-se estar a interrogar se valeu a pena. E Stojkovic, sozinho a um canto no banco, é a imagem perfeita do desenquadramento e quiçá o exemplo vivo do tal “grupo em cacos” que falava Bettencourt.

Comentários para quê?

Vi o jogo longe de Alvalade, pela SIC. A dada altura tive que desligar o som tal a inenarrável falta de qualidade dos comentários. No final voltei a ligar mas arrependi-me. O labrego que tinha a cargo os comentários merecia uma tomada de posição por parte do clube, tal o tom jocoso que usou para se referir ao nosso clube, atletas e treinador. Não aprovo barrotadas mas estou capaz de abrir excepções para alguns casos.

Solidariedade precisa-se.

Fica difícil ser solidário com uma equipa que nos leva ao desespero. Mas que outra coisa podemos fazer? Vociferar, insultar, descrer, virar as costas, desistir num momento difícil como este? Não creio que seja esse o caminho. Afinal o meu amor pelo SCP nunca foi racional, porque senão seria dos que Globetrotters, que ganham sempre. Se a equipa for ao fundo das nossas desilusões eu irei com eles. E se isso acontecer o clube sairá mais depressa de uma situação difícil se souber aprender com os erros e se estivermos juntos.

verdão

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