Saiu tarde, mas a bem.

Paulo Bento abdicou. Era inevitável. A situação chegou a um ponto tal que mesmo Paulo Bento reconheceu que assim era impossível continuar. Mas Paulo Bento saiu tarde, saiu muito tarde. Há um ano que o Sporting apresenta um futebol horrível. Os Sportinguistas já não suportavam uma tão grande anarquia, um futebol tão desajeitado e tão desarmonioso. No entanto P. Bento também possuía qualidades: defendia como ninguém o Sporting e tinha(tem) grande dignidade. Este aspecto sobressaiu na saída do Clube. Ora não é isto que se pedia a Paulo Bento; ao treinador pede-se que treine bem, que ponha a equipa a jogar bem, o primeiro passo para ganhar jogos. Também se exige que saiba liderar grupos, que saiba escolher jogadores dentro do orçamento disponível e que saiba melhorar o nível exibicional dos jogadores. Em tudo isto P. Bento falhou. Apenas era muito bom nas tarefas que não lhe competia. Nas suas atribuições era medíocre.

E, então, Paulo Bento saiu. E aqui teve mais visão, rasgo e clarividência que a "Direcção" do Sporting. A Direcção do Sporting a par dum conluio de amizades, demostrou uma falta de iniciativa e poder de antecipação aterradora. Perante o "fogo na casa" a Direcção ficou sentada à espera que chovesse e o fogo se apagasse! Se o P. Bento não se demite quanto tempo não se prolongaria a agonia?

O que se tem passado a seguir é quase inenarrável. Porque razão não foi Carlos Pereira escolhido para treinador principal? Qual o motivo para P. Bento não informar logo em primeiro lugar, da sua demissão, a Direcção do Clube? E como foi possivel aquelas declarações continuadas do Dr. José Eduardo Bettencourt? Como foi possível tanto descontrolo?

E chegamos ao momento presente. Agora só nos resta a esperança. Todos teremos que acreditar que novos e bons tempos virão. Vamos desejar que quem tem o poder de decisão acerte, que desta vez tenha a clarividência de nos guiar a caminho da Glória. Porque, amigos, o Sporting tem sido empurrado para baixo; muito para baixo. E agora só nos resta Acordar e Ressurgir.

Gabriel Almeida