Polga faz um corte e o árbitro acha que é um atraso. Um atraso de vida este árbitro. Mas atrasos de vida há-os mais, senão vejamos:
A comunicação social, desportiva e não só, crucificava desde ontem em 1ª página e abertura de jornais o nosso guarda-redes por este ter interpretado e executado correctamente um lance de futebol. Argumentar que Stojkovic é culpado porque não devia agarrar a bola dado a falta de qualidade do árbitro, é o mesmo que me dizerem que não devo andar a mais de 100 Km/h na auto-estrada porque posso apanhar um GNR corrupto que me poderá fazer a vida negra. O curioso é que quase todos ilibam o autor da calinada: o árbitro. Comunicação social desta é mesmo um atraso de vida.
É um atraso de vida jogar para o 0-0. É um atraso de vida só começar a jogar depois de estar a perder. Como costumo dizer, é bom que as equipas que o fazem percam. Só que normalmente me refiro às equipas pequenas que jogam na retranca em Alvalade… Detesto esta sensação de ter morrido sem ter tentado pelo menos respirar. No fundo a noite de ontem foi muito diferente daquilo a que estamos habituados com Paulo Bento: uma equipa personalizada, que sabe sofrer mas também sabe jogar.
Paulo Bento ontem teve uma noite infeliz:
Não teve sorte nas escolhas. Purovic teria sido mais útil no banco do que na bancada. Yzmailov não chegou a entrar no jogo, com a agravante de que não teve munições nem condições para disparar, como em Leiria. Moutinho encostado à esquerda vale no máximo 50% daquilo que pode valer ao centro ou à direita. Vukcevic mostrou que, mesmo sendo melhor ao meio, faz bem a esquerda, mas teve demasiado tempo no banco. Veloso nem teve tempo para pensar. Na maior parte do tempo fomos demasiado frágeis na linha média. Enfim, quer individual quer colectivamente, quase passamos ao lado do jogo.
Não reagiu à evidente superioridade do adversário no início do jogo, mantendo-se sentado no banco, impávido e sereno, na maior parte do 1º tempo, enquanto a equipa dava uma imagem muito pálida daquilo que é capaz.
Continuou (continuamos) sem sorte porque após o intervalo parecíamos ter acordado quando apanhamos aquele balde de água fria.
Entregou o jogo quando faz entrar Pereirinha e Djaló. Muito mal estamos se dependemos deles para virar um jogo a nosso favor.
Finalmente foi infeliz nas declarações. Mesmo que pensasse que Stojkovic errou devia ter deixado a pedagogia para o balneário. Esqueceu-se de falar na passividade disciplinar do árbitro. Meus caros, o que não teria dito já o PC e os seus discípulos (alguns deles jornalistas…) se lhes acontecesse o mesmo que nos aconteceu a nós?
Uma noite infeliz qualquer um tem e não é por isso que Paulo Bento é menor aos meus olhos. Agora pergunto-me para que servem os outros elementos da SAD. Aprecio o seu habitual low-profile, mas o silêncio é, por vezes, ensurdecedor.
verdão
Sangue LEONINO
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