"O Mundo sabe que pelo teu amor, eu sou doente / Farei o meu melhor para te ver sempre na frente / Irei onde o coração me levar / E sem receio... farei...o que puder pelo meu Sporting" - osangueleonino.blogspot.com -

Sangue LEONINO

quarta-feira, agosto 20, 2008

O bode expiatório

















A participação portuguesa nos jogos olímpicos ainda não terminou e este homem de nome Marco Fortes, atleta do peso e de peso, foi eleito pelo presidente do Comité Olímpico Português (Vicente Moura) e pela comunicação social como o bode expiatório de todas as frustrações da nação portuguesa.
Como castigo; enquanto outros que já competiram ficam a passear em Pequim, Marco Fortes foi recambiado para casa.
Claro que teve uma declaração muito infeliz, mas quem nunca as teve. O problema reside na amplificação que a imprensa fez desta frase intoxicando a opinião publica e não permitindo ver o outro lado da questão.
Que no caso em apreço, aliás como no caso de outros atletas, tem que ver sobretudo com as condições de treino e com as verbas auferidas.
Os atletas recebem bolsas olímpicas de acordo com o seu estatuto e resultados e muitos destes atletas só receberam apoio no começo de 2008 quando conseguiram entrar para o projecto olímpico.
Muitos deles conseguiram os exigentes mínimos com muita dificuldade, pois não tinham as melhores condições de treino e não podiam contar com grandes ajudas financeiras.

Em primeiro lugar foi o presidente do COP que teve a principal culpa nesta situação ao assinar um protocolo com o governo onde se comprometia a trazer 4/5 medalhas e a atingir uma pontuação recorde de 60 pontos ou seja criou expectativas demasiado elevadas e colocou a fasquia exageradamente alta. Errou ao não saber gerir as suas próprias expectativas.
Depois não podia proferir o tipo de declarações que proferiu (falta de brio e profissionalismo de alguns atletas) numa altura em que muitos deles ainda estão em competição, aumentando-lhes assim os níveis de stress e ansiedade.
Deveria ter dito que dos 77 que foram a Pequim mais de 40 iriam competir unicamente para tentar bater os seus recordes pessoais sem perspectivas de passar as qualificações, muito menos atingir semifinais ou finais. Era isto que o povo português precisava de ter sabido antes dos jogos e não embandeirar em arco com promessas um pouco utópicas.
O desporto é cheio de imponderáveis ainda mais numa competição que é o expoente máximo de uma carreira. O que se pode colocar em causa é se vale a pena levar certos atletas ao jogos olímpicos, mas mesmo esta questão não se deve pôr porque os mínimos exigidos aos atletas foram integralmente atingidos. Portanto conquistaram o direito a participarem neste evento ainda que depois não consigam superar os seus recordes.
Por tudo isto e por muitas outras razões o Comandante Vicente Moura não tinha o direito de castigar o atleta ordenando-lhe o regresso a Portugal.

A propósito de declarações não posso deixar passar em claro outras declarações ainda mais infelizes pois não foram feitas a quente. Por vezes os grandes atletas falam decore ou por ouvirem dizer e este foi o caso de Vanessa Fernandes. Que acusou alguns colegas de falta de empenho e de que viriam para estes jogos brincar.
A atleta apesar da euforia da medalha não pode lançar atoardas sobre os outros atletas, sobretudo não pode falar do que não sabe.
Para quem não sabe Vanessa Fernandes além dos privilégios que tem a nível técnico e de apoio não ficou alojada na Aldeia Olímpica com os restantes atletas, ao que consta foi um privilégio da Federação de Triatlo.
É uma grande atleta mas não é a primeira vez que se nota que não tem “ educação “ para falar com a imprensa, aparenta ser muito honesta e frontal, mas não pode proferir certos disparates.
Não interpretem como uma critica pejorativa mas as suas capacidades físicas são muito superiores ás suas capacidades intelectuais. Não deixa de ser um fenómeno mas ainda vai muito a tempo de corrigir esta lacuna.

Em jeito de conclusão tenho que salientar que talvez o melhor que Portugal tem são os seus atletas que batalham muito com pouco e conseguem grandes resultados com as migalhas que sobram do futebol.
É cíclico discutirem-se estas coisas de 4 em 4 anos e arranjarem-se bodes expiatórios (leia-se atletas) e não olhar para a fraca politica desportiva do país, para os fracos dirigentes que pululam nas federações, para os interesse e “tachos” que não se querem perder, etc.
Salientar a fraca preparação de atletas e dirigentes para falar á comunicação social, adoptando o simples desprezo ou o tom cordial e íntimo. È uma relação de extremos muitas vezes aproveitada pela imprensa para especular e empolar. Permitindo desabafos infelizes como se veio a verificar em Pequim.
Por fim queria dizer que seria bom que uma atleta que num futuro muito próximo vai ser o símbolo desportivo de Portugal soubesse falar perante grandes plateias e não dissesse meia dúzia de banalidades como se assiste todos os fins-de-semana no futebol.
É o bom-nome e a imagem de Portugal que está em causa perante o mundo.


PS: Força Naide. Serás sempre a nossa campeã!



Verde CDV
    Sangue LEONINO


0 comentários:

Enviar um comentário

Sangue LEONINO

<< Home