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Sangue LEONINO

quarta-feira, agosto 20, 2008

O lado escuro da lua

Ainda os escalões de formação de futebol se arrastavam no meio da poeira dos campos anexos ao velhinho e saudoso Alvalade e já de lá saiam Freires, Futres, Litos; Carlos Xavier, Cadetes, Mários Jorges. Com a plena carburação da Academia Sporting, com a chegada constante de cracks nacionais e estrangeiros, de todos os escalões etários, e com a chancela de qualidade dos produtos Ronaldo e Nani, o nosso clube tornou-se numa marca de qualidade de incontornável referência no panorama do futebol de formação a nível mundial. Aqui estamos muito à frente do estatuto que possui o futebol sénior.

A incorporação de jovens oriundos das camadas jovens no plantel sénior tem sido feita com alguma regularidade, embora seja evidente uma quebra desse fulgor no plantel deste ano, onde não se regista nenhum elemento novo em permanência. Espero que seja apenas conjuntural e não o indício de que, com mais dinheiro, a aposta será feita noutros moldes. Não tenho dúvidas de que este movimento de passagem tem que ser feito de forma quase cirúrgica, para que nenhuma das partes envolvidas – jogadores jovens e qualidade competitiva do plantel – possam ressentir-se ou hipotecar objectivos. Desconheço o nível de articulação entre os departamentos de formação e futebol sénior, pelo que não vou entrar em especulações mas antes desejar que seja uma realidade. São frequentes as “visitas” de PB aos jogos dos miúdos e devem existir elementos que façam essa intermediação, pois as funções do treinador principal já são, por si só, extenuantes.

Todos os anos, além dos miúdos que vêem terminado o seu vínculo ao clube e dos que são incorporados no plantel sénior, sobram alguns que, ainda ligados ao clube, parecem ser atirados para um limbo onde, de empréstimo em empréstimo, se vão esfumando e desaparecendo. Veloso, Yanick e Pereirinha são raras e escassas excepções, se atendermos ao volume de jogadores que produzimos. São também excepções aqueles que conseguem progredir em clubes inseridos em níveis competitivos aceitáveis. O que até é estranho, se considerarmos a qualidade da nossa produção. Outros, vide fcp, não parecem padecer do mesmo mal. Sem dúvida o lado escuro da lua brilhante que é a nossa formação.

O departamento de futebol profissional tem aqui um grande desafio, no sentido de se organizar, dotando-se de mecanismos que permitam um melhor aproveitamento do melhor que se faz neste momento no clube. Julgo ser consensual que se pode fazer muito mais e melhor. Sob pena de a formação ser um trabalho incompleto e desperdiçado. Um pouco mais de proveito em tanta fama dava jeito. E quando se lê uma noticia como esta, poucas dúvidas restam. E logo quando se lhe augurava tanto futuro

verdão(sl)

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