Onde está o poder político?

Não estará na altura do poder político adoptar uma atitude firme e forte em relação ao que se está a passar no futebol nacional?

Indícios de corrupção, arguidos, detidos, violência, claques ilegais, homicídios, guardas pretorianas, directores de comunicação incendiários, sentimento de impunidade total, manipulação que os dirigentes fazem junto das massas. Tudo isto é preocupante.

A estrutura organizativa do futebol está a caminhar perigosamente no seu discurso e no seu modus operandi para um clima de guerra civil. Só mesmo uma ação determinada e férrea por parte do governo poderá pôr um travão a tudo isto. Não se pode continuar a assobiar para o lado. Tudo isto está a tomar proporções verdadeiramente assustadoras. Fruto de gente menos recomendável que anda pelo futebol para se servir deste por forma a alimentar interesses e projectos pessoais.

Continua, por exemplo, a fazer-me muita confusão e a causar perplexidade, assistir em plena casa da democracia a jantares anuais de presidentes de clubes com deputados. Subjugação e submissão total dos representantes da nação aos senhores do futebol.

É inegável que o Sporting adoptou um discurso de denúncia e de rompimento com o clima tenebroso de ausência de verdade desportiva, tendo sido o primeiro a desmascarar o polvo. Vouchers, lembram-se? Era pura fantasia, um estado de delírio leonino...

No entanto, chegados a esta fase em que tudo começa a ficar bem mais claro, tem mesmo que ser a justiça - incluindo a desportiva - a fazer o seu trabalho, juntamente com o governo, para que de uma vez por todas voltemos a ter o futebol imaculado que desejamos.

Mas não podemos ficar apenas pelo corte de um ou dois tentáculos. Temos que aniquilar o polvo!

Nuno M Almeida