Cair no Real
A recente derrota em Madrid teve o dom de agitar as hostes leoninas. Quando quase todos concentravam as atenções no jogo a sério da próxima jornada, e se pensava que a ida a Madrid era uma visita protocolar, acabamos todos por ser sacudidos por um abalo e 5 calafrios em 45 minutos. Nenhum sportinguista deve ter gostado de assistir a tamanho pesadelo, mas vendo hoje com mais frieza, e atendendo ao sucedido nas 2 partes, os danos acabaram por ser menores do que se fazia supor. Como alguém que tropeça e cai no topo de uma escada rolante num shopping em hora de ponta: todas as atenções se concentram no acidentado, que acaba por se levantar, sacudir o fato e seguir em frente. Houve quem se ri-se até, mas apenas o orgulho do protagonista ficou ferido. Depressa tudo volta à normalidade e poucos se lembrarão do sucedido. Convém perceber que caímos no Real, descobrindo que não somos tão bons como gostaríamos, mas não somos tão maus que justifique uma depressão. Um percalço que até pode ter utilidade para o futuro.
Confesso que não gostei de ouvir as declarações de PB após o jogo. Compreendo a exaltação, mas entendo mais dificilmente o conteúdo. Afinal a opção por experimentar um 4x4x2 clássico, com jogadores menos rodados, frente a uma equipa de plantel extenso e de qualidade foi dele. A confrontação com a menor “motivação” de alguns jogadores deve ser feita no recato do balneário e mais a frio. O odioso caiu apenas em alguns, mas não me parece que Veloso, Rochemback, Polga e Pereirinha possam passar ao lado das críticas. PB brincou com o fogo, a 2ª parte foi como Fenistil numa queimadura: aliviou mas ela está lá e incomoda. Esperemos que até segunda-feira se esbata.
Felizmente que o sorteio da CL nos fez desviar as atenções para a realidade vindoura, atenuando o habitual espectáculo de auto-flagelação sportinguista. Não nos podemos queixar da sorte. Calhamos num grupo aberto que, se abordado com realismo e ambição, nos pode proporcionar a 1ª qualificação para os oitavos. Realismo para perceber que jogaremos ao mais alto nível, onde o menor erro ou distracção podem tornar um sonho num pesadelo. Ambição de aproveitar uma oportunidade de subir um degrau, percebendo que em cada jogo se jogam apenas os 90 minutos, e no relvado a história e os orçamentos contam menos que nos portfolios.
O Barcelona é sempre o Barcelona, mas tem novo comando técnico e passa por um reajuste do plantel. Sendo o jogo de abertura é importante que o resultado não comprometa pelo menos o ânimo. O Basileia é acessível se abordado como se fosse o Barcelona, atitude facilitada pelo facto de equiparem de igual. O Shaktar é o osso duro de roer porque ganhar é quase obrigação e não dá prestígio por aí além. Qualquer derrota é vista como falta de traquejo internacional.
O calendário pode ser determinante. Vamos a Barcelona a 16/09, depois dos jogos da selecção. A Basileia no dia 1 de Outubro, a seguir ao jogo na Luz. Viajamos para a Ucrânia a 22 de Outubro, após nova paragem do campeonato, por causa das selecções e antes do temível Inverno. A 4 de Novembro recebemos os ucranianos, após deslocação a Vila do Conde. Fechamos um ciclo que se quer positivo após curta viagem à Amadora, deslocando-nos a Basileia.
verdão(sl)
Sangue LEONINO
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