Dezembro de 2016, mês 'horribilis' para o nosso Sporting:
- eliminados das provas europeias;
- derrotados no processo Doyen;
- derrotados na Luz, quando tínhamos o primeiro lugar à nossa mercê;
- derrotados em casa com o Braga, caíndo para o quarto lugar, a par de Guimarães.
É um facto que nem tudo o que se tem feito em Alvalade nestes últimos anos e neste mandato do actual presidente é mau.
Reorganizou internamente a estrutura, cortou gorduras, reaproximou o clube dos sócios, deu andamento à construção do pavilhão, contratou bons treinadores (Jardim, Silva e Jesus), obteve um excelente patrocínio (NOS) e conseguiu que estivéssemos de volta à Champions.
Mas, e há sempre um 'mas', adoptou uma postura interna de quero, posso e mando. Externamente, optou por dar tiros em todas as direcções, não acautelando alianças ou apoios tácticos.
Contratou Jesus, técnico campeão nacional, dando carta branca à habitual filosofia deste em optar por estrangeiros, muitas vezes de qualidade duvidosa, do que nos jovens promissores da nossa famosa academia.
O treinador contratou 'apenas' 25 jogadores desde que chegou a Alvalade. Meli? Petrovic? André? Castaignos? Alan Ruiz? Markovic (empréstimo)? Spalvis? Ciani? Barcos? Naldo? Aquilani? Bruno Paulista? Elias?
Ao invés, por onde andam Palhinha, Iuri Medeiros, Podence, Tobias Figueiredo ou Matheus Pereira?
Por outro lado, pergunto se foi Jesus que descobriu e potenciou João Mário, e até Slimani, ou antes, os 'diabolizados' técnicos que o antecederam?
A verdade é que tudo isto tem sido sinónimo de um brutal aumento da folha salarial, inclusivé com Bruno Carvalho a transformar Jesus num dos treinadores mais bem pagos da Europa, sendo que no caso de vários jogadores com retorno desportivo e/ou económico igual a zero!
Por último, porque quer nas vitórias, quer nas derrotas, o principal timoneiro deverá ser sempre o primeiro a assumir, espero agora que Bruno Carvalho - de quem não sou admirador embora também não aprecie viscondismos e croquetes - tenha a coragem e a humildade de assumir, não apenas os sucessos, mas também os fracassos. E que abuse menos do discurso de que tem vergonha de pertencer ao mundo do futebol ou do 'agarrem-me, caso contrário, vou-me embora!".
É que quando não estamos bem - mesmo que muito bem remunerados - temos bom remédio...
Nuno M Almeida