O direito a não votar!
Aproxima-se mais um acto eleitoral, adivinhando-se uma campanha acesa, provavelmente com muita lavagem de roupa suja na praça pública, ainda por cima acicatada pela catástrofe que é a carreira desta equipa profissional de futebol, verdadeira caricatura de grandes equipas e jogadores que honraram o nome Sporting! Já para não mencionar a vergonha que foi este mandato de Godinho Lopes e dos seus anedóticos spin doctors. Talvez nunca os corredores do poder de Alvalade tenham sido frequentados por gente tão impreparada e incapaz, como nestes dois últimos anos.
Ainda ontem recebi um mail institucional do clube onde era informado sobre a data das eleições, dando ainda nota de que, pelo facto de ter as quotas em dia, poderei assim depositar nas urnas os sete votos, que a antiguidade de vinte e nove anos de associado me confere.
Ora, como existe o direito ao voto, desta vez também me permitirei exercer o direito de não votar, porque nenhuma das candidaturas minimamente me convence!
José Couceiro, que tive o prazer de conhecer há quase duas décadas, quando ele era presidente do sindicato de jogadores, é um homem com muita experiência no mundo do futebol, exerceu várias responsabilidades e funções, o que seguramente lhe permitirá ter uma visão abrangente e vasta do fenómeno. E como o próprio, na altura em que o conheci, confessou, sempre foi um convicto sportinguista, tendo na sua herança genética um nome mítico do universo leonino - Peyroteo. No entanto, nada disso me garante que tenha as qualidades e características que podem fazer dele um bom líder da nação leonina. E ainda mais apreensivo fico ao ver que os beijos de morte se sucedem, com apoios oriundos da catastrófica e assassina linhagem roquettista a dirigirem-se diariamente para ele.
Carlos Severino é um fait-divers. O homem teve um ímpeto de se candidatar para assim poder um dia dizer que foi um dos contendores numas eleições leoninas. Nada mais. Um fogacho! Ninguém lhe pode levar isso a mal, mas no meu caso também nem sequer o levo a sério. Por isso, em relação ao ex-jornalista da TSF por aqui me fico.
Bruno Carvalho é o candidato das novas gerações, o homem que promete romper com um desastroso passado recente, mas a quem infelizmente - se calhar o mal é meu já que vejo tanta gente entusiasmada e empolgada com a sua candidatura - não reconheço características e perfil para ser presidente de uma enorme e centenária instituição como a nossa. Sobretudo, num momento tão difícil, quiçá o mais complicado e perigoso da nossa história. Falta-lhe, na minha modesta opinião, estaleca. E ainda por cima quando terá que ombrear com tubarões como Pinto da Costa ou Luís Filipe Vieira.
Poderão dizer que estou a ser demasiado comodista ao renunciar a pronunciar-me sobre o futuro do clube, deixando para outros consócios o poder de escolha, mas talvez o problema esteja em ser demasiado exigente e em achar que precisamos urgentemente de uma nova versão do grande líder que foi João Rocha, o último grande timoneiro que a nossa casa conheceu. E como neste momento me sinto órfão de um verdadeiro candidato, antes não votar do que depositar o voto sem qualquer convicção.
Como vejo a família leonina dividida como nunca, num claro clima de guerrilha, como assisto com tristeza e angústia a guerras diárias entre facções, a pavoneios - perdoem-me o neologismo - de conselheiros leoninos, a fogueiras de vaidades e como infelizmente sei que tão cedo não haverá paz naquela casa, tenho a certeza que em breve haverá novo acto eleitoral.
Passámos do clube que mudava de treinadores e de plantéis como quem mudava de camisola para a instituição que agora muda de presidente a cada dois anos, pelo que, espero sinceramente estar enganado, mas daqui a um ou dois anos cá estaremos novamente a ser convocados para as urnas. Resta saber, entretanto, com que preço para o clube.
Em suma: não vou votar, mas como sportinguista infelizmente cada vez menos fervoroso e ilusionado, não deixarei de apoiar o homem que saír vencedor deste acto eleitoral e de lhe desejar toda a sorte do mundo, não só porque sei que dela vai necessitar - e muito - mas também porque o bem do próximo líder leonino será o bem de uma instituição chamada Sporting Clube de Portugal. E essa, por muito que tenham quase atirado para coma o meu sportinguismo, será sempre uma das minhas grandes paixões. Até morrer!
Nuno M Almeida
Ainda ontem recebi um mail institucional do clube onde era informado sobre a data das eleições, dando ainda nota de que, pelo facto de ter as quotas em dia, poderei assim depositar nas urnas os sete votos, que a antiguidade de vinte e nove anos de associado me confere.
Ora, como existe o direito ao voto, desta vez também me permitirei exercer o direito de não votar, porque nenhuma das candidaturas minimamente me convence!
José Couceiro, que tive o prazer de conhecer há quase duas décadas, quando ele era presidente do sindicato de jogadores, é um homem com muita experiência no mundo do futebol, exerceu várias responsabilidades e funções, o que seguramente lhe permitirá ter uma visão abrangente e vasta do fenómeno. E como o próprio, na altura em que o conheci, confessou, sempre foi um convicto sportinguista, tendo na sua herança genética um nome mítico do universo leonino - Peyroteo. No entanto, nada disso me garante que tenha as qualidades e características que podem fazer dele um bom líder da nação leonina. E ainda mais apreensivo fico ao ver que os beijos de morte se sucedem, com apoios oriundos da catastrófica e assassina linhagem roquettista a dirigirem-se diariamente para ele.
Carlos Severino é um fait-divers. O homem teve um ímpeto de se candidatar para assim poder um dia dizer que foi um dos contendores numas eleições leoninas. Nada mais. Um fogacho! Ninguém lhe pode levar isso a mal, mas no meu caso também nem sequer o levo a sério. Por isso, em relação ao ex-jornalista da TSF por aqui me fico.
Bruno Carvalho é o candidato das novas gerações, o homem que promete romper com um desastroso passado recente, mas a quem infelizmente - se calhar o mal é meu já que vejo tanta gente entusiasmada e empolgada com a sua candidatura - não reconheço características e perfil para ser presidente de uma enorme e centenária instituição como a nossa. Sobretudo, num momento tão difícil, quiçá o mais complicado e perigoso da nossa história. Falta-lhe, na minha modesta opinião, estaleca. E ainda por cima quando terá que ombrear com tubarões como Pinto da Costa ou Luís Filipe Vieira.
Poderão dizer que estou a ser demasiado comodista ao renunciar a pronunciar-me sobre o futuro do clube, deixando para outros consócios o poder de escolha, mas talvez o problema esteja em ser demasiado exigente e em achar que precisamos urgentemente de uma nova versão do grande líder que foi João Rocha, o último grande timoneiro que a nossa casa conheceu. E como neste momento me sinto órfão de um verdadeiro candidato, antes não votar do que depositar o voto sem qualquer convicção.
Como vejo a família leonina dividida como nunca, num claro clima de guerrilha, como assisto com tristeza e angústia a guerras diárias entre facções, a pavoneios - perdoem-me o neologismo - de conselheiros leoninos, a fogueiras de vaidades e como infelizmente sei que tão cedo não haverá paz naquela casa, tenho a certeza que em breve haverá novo acto eleitoral.
Passámos do clube que mudava de treinadores e de plantéis como quem mudava de camisola para a instituição que agora muda de presidente a cada dois anos, pelo que, espero sinceramente estar enganado, mas daqui a um ou dois anos cá estaremos novamente a ser convocados para as urnas. Resta saber, entretanto, com que preço para o clube.
Em suma: não vou votar, mas como sportinguista infelizmente cada vez menos fervoroso e ilusionado, não deixarei de apoiar o homem que saír vencedor deste acto eleitoral e de lhe desejar toda a sorte do mundo, não só porque sei que dela vai necessitar - e muito - mas também porque o bem do próximo líder leonino será o bem de uma instituição chamada Sporting Clube de Portugal. E essa, por muito que tenham quase atirado para coma o meu sportinguismo, será sempre uma das minhas grandes paixões. Até morrer!
Nuno M Almeida