Há notícias que continuam a passar ao lado dos jornais desportivos mas que vamos sempre sabendo por outras vias, como por exemplo a reportagem que o Jornal de Negócios fez sobre o Novo Banco no dia 3 de Março e a sua relação com os 3 grandes do futebol português.
PORTO
Por esta reportagem ficamos a saber que o all in a Norte continua, com a entrega das seguintes garantias em troca de um empréstimo de 6.3M€ junto do Novo Banco:
- Receitas da Champions (passagem aos 1/8 de final);
- Verbas a receber do Manchester City (vendas de Mangala e Fernando), da PT (publicidade), direitos televisivos e passes de jogadores (Danilo e Jackson).
- Receitas de bilheteira até à época de 2017/18
- Penhor de créditos fiscais
- Verba do contrato com a Unicer
O brutal risco assumido pelos portistas no início da época continua a ser exponenciado pela sua Direcção com a contração de sucessivos empréstimos.
Os resultados desportivos continuam a não ser visíveis, pois as possibilidades de ganharem o campeonato são diminutas, enquanto na Taça de Portugal já há muito foram afastados.
Sobra como consolo o percurso na Champions, onde os sorteios foram até agora favoráveis, fazendo entrar dinheiro nas contas portistas.
No entanto, os 1/4 de final serão certamente a última ronda onde participarão.
A partir daí restará...a Taça da Liga como objectivo.
No final da época terão de se libertar da maioria dos seus bons jogadores, seja porque não têm capacidade financeira para ficar com eles, seja porque muitos deles querem mesmo sair e já o afirmaram por mais que uma vez.
Falta saber se as contas portistas aguentam nova loucura como a que se assistiu esta época, ou se, será em 2015/16 que retiram as fichas todas e adoptam uma gestão mais próxima da linha seguida pelo Sporting.
Se não o fizerem, estará cada vez mais perto o fim do reinado de Pinto da Costa, o maior corrupto que o futebol português conheceu até hoje.
BENFICA
A maior fatia de crédito que o Novo Banco concedeu nos primeiros 6 meses da época desportiva foi, claro, ao clube da Luz.
Entre Junho e Dezembro, uma nova linha de empréstimos garantiu 50M€ aos benfiquistas, cobrindo o reembolso das obrigações da SAD, vencido no final de 2014.
Ao mesmo tempo foi celebrada uma nova operação de factoring na ordem dos 12.8M€, o que elevou para 62.8M€ o financiamento concedido pelo NB aos benfiquistas.
Este financiamento permitiu ao Benfica investir 28.9M€ na obrigatória compra da totalidade do Benfica Stars Fund, gerido pelo NB, onde muitos dos jogadores que constam desses fundo já nem virão a gerar mais-valias: Airton (40%), Djuricic (20%), Gaitán (15%); Maxi Pereira (30%), Nélson Oliveira (25%); Rúben Amorim (50%); Sulejmani (25%).
A constatação evidente que se faz é que para quem se queixa tanto dos bancos, como o Benfica o faz, até que no caso do Novo Banco têm sido muito bons amigos e vão garantindo a sua vida acima das possibilidades para quem tem um passivo de
429M€.
E também não deixa o NB de ser um grande aliado de Vieira pois teve de herdar a magnífica operação de reestruturação da dívida de
600M€ que o presidente benfiquista tinha para com o BES, evitou que este entrasse na lista de maiores devedores do chamado do Banco mau.
Falta saber como vai ser no final da época, desinvestimento ou uma jogada à Porto com as fichas todas em cima da mesa?
O problema é que jogadores com potencial de venda vão começando a escassear na Luz (muitos dos melhores já estão acima dos 30 anos).
Sabendo-se também que a aposta na formação é um rotundo zero, não será difícil de perceber que, também o Benfica está cada vez mais próximo de seguir uma gestão à Sporting.
Junte-se a tudo isto o facto de os Doyens estarem cada vez mais longe de continuar a ser as bengalas dos dois clubes gémeos e perceberemos que algo vai ter de mudar radicalmente na vida destes dois sob pena do desastre financeiro ser eminente, tal como foi eminente em Alvalade.
SL
José